As várias as etapas de um processo fisiológico onde tudo está, à partida, naturalmente programado.
Abrir caminho: a dilatação
No fundo, é disso que se trata quando se fala de dilatação. Abrir caminho, ainda que seja o estritamente necessário, para a passagem do bebé do interior do útero para a vida cá fora. Esta primeira fase do trabalho de parto tem uma duração muito variável, mas levará sempre algumas horas. Cada mulher é única e cada parto também é único, portanto, nunca se sabe se a hora vai ser pequenina. Nesta fase, dá-se o encurtamento e apagamento do colo do útero, por força das contracções. Este é medido, a cada toque feito pelo médico ou enfermeira-parteira, em dedos até chegar aos 10 dedos, ou seja, 10 cm.
No início desta fase activa do trabalho de parto, as contracções têm intervalos regulares cuja duração é variável - podem ter dez ou cinco minutos e durar 30 a 40 segundos. No início são fracas e espaçadas e à medida que a dilatação progride tornam-se mais intensas e frequentes. Começam por ser apenas sentidas como o endurecimento da barriga durante alguns segundos, mas essa sensação começa a ser acompanhada de alguma dor.
Pelo meio, as contracções passam a ser de três em três ou de dois em dois minutos e podem durar 60 a 90 segundos. Deve aproveitar o intervalo entre as contracções para descansar, respirar fundo, falar com o seu bebé. Durante a contracção, deve relaxar o mais possível. Imaginá-la como uma onda ajuda a suportar a dor: imaginá-la a subir quando a dor está a aumentar, sentir o seu pico e pensar que logo vai começar a decrescer.
A bolsa de águas pode ou não ter rompido, pois este não é um acontecimento que ocorra, em todos os casos, na mesma altura do trabalho de parto. Pode acontecer ainda antes do início das contracções, acontecer a meio da dilatação ou imediatamente antes da expulsão.
Dar à luz: a expulsão
Estando a dilatação toda feita, saiba que a parte mais demorada está completa. Agora, tudo se passará rapidamente. Vai sentir uma vontade imensa de fazer força.
Nessa altura a dor é forte na zona do períneo e vagina. Há quem lhe chame anel de fogo, pois pode provocar uma sensação de ardor, mas permite sentir o momento certo para fazer força. Se a dilatação foi feita de forma natural, a sua lenta progressão deverá ter dado ao períneo tempo para se distender lentamente e, nesse caso, não será preciso cortar (episiotomia).
Se houver um pequeno rasgão será superficial e cicatrizará com mais facilidade do que uma episiotomia.
Duas ou três contracções bem fortes são, normalmente, suficientes para ajudar a mãe a pôr o bebé cá fora. Quando a cabeça - a parte mais difícil - passa pela vulva a dor atinge o seu auge, mas é uma questão de segundos até à vitória final.
Apesar de o termo não ser feliz - como se o bebé fosse expulso e não dado à luz - a expulsão tem de bom o facto de permitir à mãe o maior alívio e felicidade da história da humanidade.
Placenta: a dequitadura
A seguir é preciso fazer também a expulsão da placenta, um processo que se designa por dequitadura. Em alguns casos, tudo acontece sem qualquer dor, logo após a saída do bebé, com mais algumas contracções que a mãe nem percebe, maravilhada que está na contemplação do recém-nascido.
Outras vezes, porém, a placenta resiste e é preciso obrigá-la a sair. A equipa médica terá de assegurar-se que não fica nem um pedacinho de placenta no útero. Para isso, este orgão que assegurou a vida in utero do bebé, é analisado minuciosamente.
Fonte: IOL Mãe
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