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13 novembro, 2013

Divulgação: Curso de Doulas com a Doula Luísa Condeço

É já nos dias 30 de novembro a 1 de dezembro, que se inicia mais um curso de formação de Doulas. A formadora é a deusa e doula-mãe, como goste de lhe chamar, Luísa Condeço, a quem tenho um enorme orgulho de chamar também minha doula...

O que é um curso de doula??? Tudo o que possas imaginar... preparação para acompanhar mulheres grávidas, dar apoio emocional e informação baseada em evidencias cientificas, sim!! Mas acima de tudo um momento de descoberta de ti própria, de encontro com a tua verdadeira essência...

Então se sentes que te falta alguma coisa, que precisas de te conhecer melhor, ir mais fundo dentro de ti e resgatar a tua essência enquanto mulher... esta formação é para ti!!!

Podes saber tudo aqui:

Doula Luísa Condeço

Rede Portuguesa de Doulas




30 abril, 2013

The Business of Being Born

Um filme sobre a realidade dos nascimentos na América, que não me parece muito diferente da realidade portuguesa...

Recomendado para todas as mulheres e OBRIGATÓRIO para todos os profissionais na área...

Vale mesmo a pena perceber a origem e a realidade de tantos procedimentos tidos como "normais" e, sobretudo, perceber o que e porque pode e deve ser diferente...


06 março, 2013

Partos e a importância da mensagem passada pelos meios de comunicação social...

Eu não tive dilatação... verdade ou mito....


Um texto excelente, que acaba com muitos mitos e abre muitas consciências, escrito por quem sabe...

Eu não tive dilatação!

por Ana Cristina Duarte a Domingo, 24 de Fevereiro de 2013 às 4:24 ·
Levanta o mouse para cada vez que você ouviu essa frase, e também se você a proferiu. Não, esquece, você deve ter outras coisas a fazer depois de algumas horas levantando o mouse sem parar.

Vamos aos chocantes fatos: não existe falta de dilatação. Mas por favor, antes que você comece a ranger dentes e ficar com os olhos vermelhos de ódio, leia esse texto até o fim. Se sobrar alguma dúvida ou restar a discordância, conversemos com amor!

A dilatação do colo do útero é um processo passivo que ocorre quando as contrações encurtam as fibras musculares do útero, empurrando o bebê para baixo e puxando o colo para cima. Essas contrações, uma após a outra, vão puxando o colo de tal forma contra a cabeça do bebê, que é como se ele estivesse vestindo uma blusa de gola muito apertada. Cada vez que o útero contrai no trabalho de parto, a gola veste mais um pedaço de milímetro de sua cabecinha.

A contração passa, o colo relaxa, mas não volta a fechar o que já abriu. Na contração seguinte, é puxado mais um pouco. Lá pelas tantas o colo "veste" toda a cabeça do bebê, em seu maior diâmetro. Essa é a "dilatação total", e nessa hora o colo do útero tem aproximadamente 10 cm de diâmetro. 

Porque então tantas mulheres (especialmente as usuárias do serviço privado) têm tantos problemas de dilatação? Bem, existem algumas causas, vamos a elas:

1) Se a mulher não entrar em trabalho de parto e não ficar em trabalho de parto, ela obviamente não terá dilatação (a não ser que tenha uma patologia que a faça dilatar precocemente). Portanto quando a mulher vai na consulta de 38, 39 semanas, e o obstetra diz que ela não tem dilatação, o certo seria responder: "Claro, doutor, se eu estivesse em trabalho de parto eu saberia".

2) O trabalho de parto é caracterizado por contrações espontâneas de 3 em 3 minutos (aproximadamente), que duram de 1 minuto a 90 segundos. Em outras palavras, quando a mulher fica 12 horas "em trabalho de parto", com contrações a cada 10 minutos, isso não era trabalho de parto. Isso eram os pródromos, o princípio, a fase de instalação do processo do parto.

3) Tem mulher que demora mais para entrar em trabalho de parto efetivo, e pode ficar 2 ou 3 dias com contrações ritmadas, mas que não chegam a engrenar nos 3 em 3 minutos. É preciso muita paciência e muita doula para lidar com essa longa latência, mas o fato é que uma hora ela vai entrar em trabalho de parto.

4) Quando a bolsa se rompe e não há dilatação, é necessário esperar. Após longa espera, é possível se induzir o parto. Uma indução bem feita (preparação do colo com prostaglandinas e posterior aumento da dinâmica com ocitocina) pode levar 48 horas facilmente. Nem todo serviço e nem todo obstetra está disposto a ficar 48 horas induzindo um parto.

5) Ocitocina aplicada numa mulher sem dilatação só faz provocar contrações dolorosas, intensas, e que não fazem o colo do útero dilatar. Muitas vezes essa é a "técnica de convencimento" que alguns profissionais usam para a mulher desistir do parto normal e pedir uma cesárea pelo amor de Deus.

6) Dependendo do estado de tensão da mulher, ela pode bloquear a dilatação ou ter um processo muito lento, absurdamente lento. Para essas mulheres, a analgesia de parto normal (peridural ou combinada, raqui não) pode ser um tremendo alívio e não foram poucas as vezes que vi mulheres estacionadas nos 3 ou 4 ou 5 cm há muitas horas evoluírem para parto espontâneo apenas duas horas após analgesia. E se duvidam, posso indicar um anestesista com quem trabalho e que já testemunhou inúmeros casos assim, para explicar como isso funciona.

7) Em dez anos trabalhando semanalmente com três equipes que têm 10% de cesarianas, mais de 400 mulheres atendidas por mim quando era doula, além das centenas atendidas por elas em que eu não estava presente, mas sim outras doulas, eu nunca vi uma cesariana feita por falta de dilatação. Nunca! Nos 10% de cesarianas em trabalho de parto entraram basicamente: estresse fetal antes da dilatação total ou desproporção céfalo-pélvica. Em outras palavras, as poucas cesarianas feitas antes da dilatação total foram feitas porque o bebê se cansou e não dava mais para esperar terminar o processo de dilatação, sob risco dessa espera fazer mal ao bebê.

8) Para chegar de fato nos dois últimos centímetros de dilatação e atingir a tal  "dilatação total", o bebê já tem que estar descendo através da bacia pélvica. Por isso, nos casos em que há a verdadeira desproporção céfalo-pélvica, a mulher dilata até 8-9 cm. Talvez esse último centímetro que falta jamais venha a ser vencido. Após todas as tentativas de ajudar o nascimento, às vezes com algumas intervenções, pode ser que o bebê de fato não passe pela bacia pélvica, e nesse caso a cesariana seja feita quando a dilatação estacionou nos 8-9 cm.

9) A dilatação não é um processo simétrico. Ela depende da posição da cabeça do bebê. Normalmente o último centímetro a abrir está à frente da cabeça do bebê, próximo ao osso púbico materno, internamente. A esse último centímetro chamamos de "rebordo de colo" ou "rebordo anterior". Com paciência, esse último centímetro desaparecerá, e o bebê nascerá. Às vezes pode ser preciso ou pode ser útil abreviar o tempo do parto reduzindo-se esse último centímetro com um exame de toque. Isso se chama "redução do colo". É um processo doloroso, que deve ser evitado a todo custo, se possível.

10) A única coisa que pode impedir um colo de dilatar é um tumor grave no tecido. Tirando essa situação, todas as mulheres irão dilatar, se tiverem os recursos, tempo e equipe necessários.

Para aguardar que todas as mulheres dilatem, precisamos ter disponíveis profissionais bem dispostos, sem pressa, com repertório, incluindo parteiras, doulas, obstetras, anestesistas e pediatras. É preciso haver recursos completos para alívio da dor como ambiente agradável, bola, banqueta, banheira, chuveiro, massagem, alimentos, conforto para os acompanhantes, etc. E por fim, é preciso ter disponível analgesia de boa qualidade para as poucas mulheres que necessitam.


Fonte: https://www.facebook.com/notes/ana-cristina-duarte/eu-n%C3%A3o-tive-dilata%C3%A7%C3%A3o/489909991057851

03 dezembro, 2012

Partos na água num hospital público...em Portugal!!!

Um dia esta realidade vai acontecer em todos os hospitais públicos!!!
Acredito, de coração, que tal irá acontecer na mesma medida e proporção que mais e mais mulheres quiserem tomar escolhas conscientes...





Fonte: SIC Notícias

13 novembro, 2012

Consequências emocionais das práticas actuais de dar à luz


Um texto muitíssimo bem conseguido sobre a importância do respeito para com a grávida, a parturiente, os recém-nascidos e seus pais...não resisti em reproduzi-lo!!!!

Há uma época na nossa vida em que sentimos um impulso inevitável, uma adoração pelos pequenitos, uma vontade de ser mãe ou pai. Na nossa sociedade ocidental esta força criadora original embate muitas vezes na palavra gravidez, e mais concretamente na palavra parto. Dar à luz, apesar da conotação poética, tem uma sombra que é sinónimo de perigo.
De onde vem e como desmontar esse medo? Como resgatar o milagre da evolução que é o nascimento de um ser humano, como liberar a onda de felicidade, e a reverência que lhe são devidas? Será que temos medo da imensidão desse amor e dessa entrega às forças arcaicas que resultam na magia do nascimento? Que tipo de apoio efectivo é prestado às grávidas, às parturientes e aos seus companheiros, e quais são as implicações do modo como hoje lidamos com todo o processo do parto/nascimento?   

Dar vida e ter filhos quer dizer assumir responsabilidades e entrar no amor e na confiança

Antigamente dizia-se que uma mulher grávida estava de esperanças. Na época do diagnóstico pré-natal isso já quase não se pode afirmar. O objectivo hoje é oferecer às mulheres o melhor acompanhamento médico possível, e excluir todas as eventualidades, nomeadamente deficiências e doenças hereditárias. As ecografias fazem parte do dia-a-dia de uma grávida, embora raramente sejam necessárias e não melhorem os resultados pré-natais. Trata-se aparentemente de reduzir o medo às mulheres e de lhes transmitir que terão com a maior das probabilidades uma criança saudável. No entanto o esperar pelos resultados de todos os exames e o conferir das estatísticas aumenta o medo. A segurança que o diagnóstico pré-natal aparentemente confere leva frequentemente à insegurança e a questões éticas que simplesmente ultrapassam a capacidade dos pais. Estas situações ameaçam e interrompem repetidamente o vínculo com o feto.

Segundo os conhecimentos actuais é a criança que dá os primeiros sinais hormonais que desencadeiam o parto. Isto quer dizer que internamente a criança tem um plano temporal, ela não só participa na decisão de quando vai nascer, podemos mesmo dizer que o nascimento é um acto decidido pelo feto. Ao esperar por este momento a mãe e os profissionais que assistem ao parto e ao nascimento mostram um sinal de respeito pela criança. Tomando esta atitude dá-se o devido tempo à criança e a mãe até que estejam preparadas para o momento de dar à luz.
O que significa intervir de fora nesse plano temporal interno propositadamente? Interrompe-se um dos mais importantes episódios do processo natural de desenvolvimento. O organismo não vai ter tempo de atingir a maturação. É-lhe retirada a possibilidade de decidir. Nas cesarianas electivas, marcadas e realizadas antes do início do trabalho de parto, faltam um conjunto de hormonas à mãe, a hormona do parto, falta a protecção e as estimulações necessárias ao acto de parir e ao acto de nascer. As crianças são abruptamente, em poucos minutos, arrancadas ao seu meio ambiente conhecido. Muitos recém-nascidos parecem surpreendidos, desprevenidos e desorientados. Subitamente a penumbra, o calor, o suporte e todo o apoio que o útero oferece ao seu corpo desapareceram. Depois de um nascimento assim pode frequentemente reconhecer-se o susto bem presente nos olhos do bebé.
Uma cesariana, quer seja electiva ou de urgência conduz sempre a uma interrupção passageira do processo social de dar à luz: o vínculo, a comunicação emocional e corporal entre mãe e filho sofrem um corte, que vai necessariamente deixar marcas. Cada um dos dois vive a situação individualmente, a anestesia interpõe-se entre eles. Nos primeiros minutos depois do nascimento o filho poderá não estar junto da mãe, e nos dias seguintes muitas mulheres têm tais dores que mal conseguem pegar no bebé ao colo. As mulheres que desejaram um parto vaginal mas que necessitaram de uma cesariana por razões médicas podem ainda sentir-se incompetentes por não terem sido capazes de um parto normal.
Visto do lado da criança as contracções são sentidas pelo seu corpo como um intenso acontecimento táctil e corporal, que exprime o próprio processo de transição. Quando a estimulação prevista na natureza - a contracção do útero e a expansão, no intervalo entre contracções - não é, ou quase não é vivida devido às anestesias, podemos estar perante uma das causas do frequente sentimento de falta de consciência corporal no adulto.
Se no entanto é mesmo necessário recorrer a uma intervenção cirúrgica deste tipo, há muito que se pode fazer para transformar este momento num acto de respeito e dignidade. A criança pode ser recebida de um modo suave e seguro em vez de ser “pendurada no ar”. A transição do ventre materno para o mundo é um passo muito maior que o despertar do sono profundo. Este facto devia ser dignificado por todos os intervenientes no processo do nascimento por cesariana.
Mas há também aquelas crianças que trazem uma aura especial de felicidade à sua volta – talvez aquelas que sem a cesariana não teriam sequer vindo ao mundo com vida.
Ao utilizar inadvertidamente processos para acelerar ou atrasar o nascimento estamos a intervir no ciclo temporal, e com as cesarianas, no próprio acontecimento original e evolucionário da mãe com o seu filho. Por vezes isto é imprescindível para salvar vidas, enquanto que outras vezes não o é. Nestes casos a marcação é definida pelos procedimentos hospitalares, pelo horário do médico ou do pai, ou é definida pelo ideal de juventude e de beleza eternos ou por modas, que são mais fortes que o desejo de ter um parto natural.

Segundo algumas suposições e constatações básicas da psicologia pré-natal, o que observamos desde o momento da concepção é um acontecimento corporal/emocional. O tempo de vida pré-natal marca o início da nossa existência, o útero é o nosso primeiro lar sobre este planeta. O modo como somos recebidos pela nossa mãe e o nosso pai, e as circunstâncias com que nos deparamos durante o tempo da nossa gestação são aspectos decisivos para a nossa vida futura. Estas sensações mais precoces definem o modo como nos colocamos perante o mundo e a postura que adoptamos perante a vida.
De igual modo, a forma como a criança e a mãe dominam o nascimento/parto – visto como um momento de transição e de crise natural – vai ter consequências, que persistirão no desenvolvimento futuro da criança. As condições em que ocorreu o nosso nascimento definem em que moldes iremos agir em futuras épocas de transição e momentos de crise, e até que ponto saberemos aproveitar as hipóteses nelas contidas. Nesta fase precoce fica já delineado o padrão que adoptaremos como adultos.
Estes conceitos da psicologia pré-natal foram entretanto confirmados de modo surpreendente pelos avanços da neurociência. Uma criança que já tenha a predisposição para entrar em reacções de stress, determinada pela sua informação genética, pode vir a desencadeá-las com mais facilidade devido à vivência de determinadas situações: stress da mãe na gravidez, dificuldades durante o nascimento, separação da mãe depois do nascimento ou stress da mãe depois do parto. Estas vivências precoces podem levar a que no jovem indivíduo, a longo prazo, a reacção ao stress seja menor do que o que seria normal, o que por exemplo na idade adulta pode conduzir a uma maior tendência a medos.
Um conceito base das terapias psico-corporais baseadas em Wilhelm Reich é o ritmo de vida que faz pulsar cada uma das células do corpo: um movimento permanente para dentro e para fora. Em condições ideais pulsamos como um organismo integral, somos saudáveis e sentimo-nos vivos. Se este movimento é abalado por um acontecimento traumático repentino ou por repetidas circunstâncias perturbantes, podem surgir bloqueios a nível do corpo ou da alma. Estes bloqueios acabam por constituir uma memória celular do organismo. Nomeadamente durante o nascimento podem surgir situações traumatizantes que deixam ”ferida”, como por exemplo o uso de medicamentos, circunstâncias súbitas de emergência médica, mas também atitudes bruscas e insensíveis que atentam contra a dignidade da mãe e do bebé. É frequente as mulheres serem interceptadas com violência e desrespeito durante o trabalho de parto. Esta violência é sentida quando elas não sabem de que modo se está a intervir no seu corpo ou quando não compreendem o porquê dessa intervenção, ou quando a tutela de outros se sobrepõe à vontade da mulher e ela deixa de ser encarada como uma pessoa adulta. Destas interferências num processo evolucionário central como o é o nascimento resultam bloqueios corporais e emocionais, o que é igualmente confirmado pelos estudos da neurociência.
De todas estas constatações científicas se conclui que uma rede de apoio social segura e eficiente, que actue antes, durante e depois do nascimento, vai necessariamente funcionar como factor preventivo de base, fortalecendo e protegendo a resistência ao stress e um desenvolvimento cerebral e emocional mais saudável dos indivíduos.

Um nascimento natural, que é apoiado e não sistematicamente perturbado (que decorra sem situações de emergência) é sempre sentido como um acontecimento determinante. É um acontecimento humano que provoca fortes picos de sensações. Mãe e bebé passam por um processo avassalador de uma imensa intensidade. Talvez a parturiente viva facetas suas que lhe eram desconhecidas até então: mulheres frágeis que rugem como leoas; mulheres educadas que praguejam e insultam. Juntos eles estão entregues a este processo e dependem um do outro.
A interacção entre mãe e filho é como um acontecimento profundamente social: duas pessoas vivem em conjunto algo de nobre, vivenciam cada uma à sua maneira as imensas dores de parto, as pausas entre as dores e o dar à luz / sair para o mundo, num quadro de segurança e suporte. O medo do episódio arcaico e da dor é vivido e ultrapassado. Desta experiência de vida tão extrema surge uma sensação de força, um sentimento de ter ultrapassado em conjunto algo de muito especial. Sejam quais forem os sentimentos e as dores que acompanharam o parto, mãe e filho passaram juntos por esta experiência, amparados por aqueles que com o máximo respeito deram apoio a todo o processo. Se o pai esteve presente no nascimento é frequente ele estar orgulhoso da sua mulher por ela ter ultrapassado esta intensa vivência, trazendo enfim ao mundo o filho de ambos.

Acaba de nascer mais um ser humano, o milagre da evolução voltou a acontecer! Quando todos os intervenientes dão ouvidos às suas necessidades, e aos instintos e ritmos da mãe e da criança, surgem sentimentos grandiosos e uma vontade imperiosa de anunciar ao mundo inteiro que nasceu um novo ser, para que todos possam partilhar dessa alegria.

Esta celebração da vida só pode existir se se partir de uma postura de consideração e respeito para com a grávida, a parturiente, os recém-nascidos e seus pais. Os profissionais que esclarecem os jovens casais devem ter o cuidado de lhes explicar a importância de escolher o caminho mais natural e ancestral para o nascimento. Neste trabalho é fundamental uma atitude empática, baseada na compreensão da situação de cada mulher, mas com o objectivo claro de ajudar a resgatar aconfiança na natureza encorajando simultâneamente a sua auto-afirmação, noções que estão actualmente, na nossa civilização, longe do processo de gravidez e nascimento. São estes pressupostos que permitem libertar os corações para que o amor possa fluir, nomeadamente entre os pais e a criança.

Paula Diederichs[1]adaptado por Claudia Pinheiro
Março 2008

[1] Publicação original: Hebammeninfo 5/06: Die Sektio im Brennpunkt: Ist es egal, wann und wie wir geboren werden? Die emotionalen Auswirkungen der modernen Geburtspraktiken. (A Cesariana em debate: Tanto faz, onde e como nascemos? Sobre as consequências emocionais das práticas modernas de nascer) de Paula Diederichs, em www.asaseraizes.pt/textos  


22 abril, 2012

Hanami...o florescer da vida!

Este emocionante filme revela práticas ligadas ao modo de viver a maternidade consciente, o parto activo e o que estes representam na formação de seres humanos mais conscientes.
Se todos nascêssemos assim teríamos, com toda a certeza, um mundo melhor...

04 abril, 2011

Não é o mesmo...

Não, não é o mesmo!!! Para quem ainda tem duvidas das diferenças entre um parto hospitalar de rotina e um parto humanizado, que também pode(ria) ser hospitalar...vejam!!!

26 março, 2011

Sente...

Uma música, linda, que uso e abuso na preparação para o nascimento, sobretudo em vizualizações...sintam, apenas!!!

26 janeiro, 2011

Que delícia...

Lindo!!!!

Temple canta pouco antes do parto domiciliar de seu filho Koa, nascido com 4,5 kg. Ela cantou para lidar com as contrações, e tem duas fortes contrações nesse tempo. A filmagem foi feita por sua filha de 7 anos. A música é um gospel, Salmo 23.

23 janeiro, 2011

É tempo de voltar a sentir

altO poder da Natureza e os instintos da mulher prestes a ser mãe têm sido votados ao ostracismo por aqueles que mais os deviam defender. Em nome das rotinas médicas e do progresso científico, fecharam-se a sete chaves os saberes antigos do parto, que a medicina deixou esquecidos numa qualquer prateleira, aonde só chegavam aqueles que não tinham medo de enfrentar as práticas convencionais. Pelo meio, «perdeu-se a nossa capacidade de acreditar que somos capazes de parir», como sublinha Luísa Condeço, da Associação Doulas de Portugal.
«Vamos sendo ‘castradas’ ao longo do tempo e, na altura de parir, instala-se o medo», explica a doula, lembrando que é o medo que tudo domina e deixa dominar. E, na realidade, é quase sempre em nome desse medo que as mulheres se entregam de corpo e alma na mão dos médicos, deixando que estes decidam por si. Para o bem e para o mal.
Visto deste prisma, o ponto de situação parece drástico, mas é apenas resultado da instalação das rotinas trazidas pelos avanços da ciência e da tecnologia. Apesar do progresso na saúde materna ter contribuído, e muito, para baixar a mortalidade das mães – tanto natal como perinatal – também custou o alto preço de tornar a mulher prisioneira dos hospitais, onde progressivamente foi perdendo o controlo sobre o seu corpo e as suas vontades.
Depois de ter acompanhado mais de 100 partos ao longo dos últimos oito anos, a doula Luísa Condeço não tem dúvidas de que «é preciso devolver à mulher a consciência de que é ela a responsável e pode escolher». Como tantos outros, também ela já perdeu a conta ao número de vezes que ouviu uma mulher dizer que não à epidural e a seguir pressionarem-na no sentido contrário, com a célebre frase: «Mas tem a certeza? Olhe que o anestesista vai sair.»

O PODER DA NATUREZA
O lema da parteira Glória Charrua é «confiar na Natureza». A sua experiência de mais de 40 anos passados a ajudar bebés a nascer tem-lhe provado que ela é sempre sábia, por mais que muitos médicos lhe tenham tentado mostrar o contrário ao longo das últimas décadas.
Saída de uma das últimas fornadas do curso de parteira da Faculdade de Medicina de Coimbra, Glória passou muitos anos a trabalhar em hospitais públicos e clínicas privadas. Viu muitas coisas, boas e más, mas foram as más que a marcaram profundamente. Tão profundamente que há cerca de dez anos atingiu o limite. Pediu uma licença sem vencimento e passou a acompanhar só partos ao domicílio.
Desde então, todos os dias aprende lições. Foi-se libertando dos preconceitos e das desconfianças e, hoje, não tem receio de afirmar que tem aprendido muito, sobretudo com os macrobióticos e as doulas. Depois do convívio diário com a crescente medicalização e instrumentalização do acto de nascer nos hospitais, hoje é livre para garantir às mulheres que a procuram que «o parto não é uma doença e sim algo perfeitamente natural».
Mas se ter um parto natural não é tão simples como muitas grávidas pensam, também não é tão complicado como muitos clínicos ainda receiam que seja. Pelo menos é assim que o vê, médica especialista em Ginecologia-Obstetrícia, com uma visão holística da medicina. O seu trabalho na Clínica Moderna da Mulher, em Cascais, e no Hospital Particular de Lisboa tem sido responsável pelo despertar de mentalidades em Portugal e hoje Radmila Jovanovic é reconhecida por defender que os instintos são poderosos e que o saber inato alcança lugares onde a medicina não chega.
Para esta médica nascida na antiga Jugoslávia, o segredo do parto reside no caminho que se percorre durante a gestação. «A gravidez é a possibilidade de voltar a ouvir o corpo», contudo, «começar a ouvir outra vez pode trazer medos, pânicos, desconfianças», perfeitamente naturais, mas que precisam ser trabalhadas durante a gravidez de modo a que «o parto resulte de forma natural», explica.
Ainda assim, mesmo que o desejo da grávida seja o de um parto natural, pelo caminho, pode chegar-se à conclusão que é mesmo necessário uma epidural, uma cesariana ou até fórceps. «Não existe o melhor e o pior. Cada caso é um caso», garante Radmila Jovanovic, para quem «a decisão é de cada mulher», que quase sempre pressente o que lhe vai acontecer ainda no início do parto.

RELAXAR COM PALAVRAS
Aos 65 anos de idade, Glória Charrua não tem papas na língua. «Os médicos deviam fazer um curso de relações humanas». No entender desta parteira, alentejana de gema, muitos problemas que surgem durante o trabalho de parto seriam evitados se os médicos soubessem conversar com as pacientes.
A longa experiência em Ginecologia-Obstetrícia do professor catedrático Manuel Meirinho não desmente a da parteira. «O acompanhamento médico é o melhor fármaco» que pode haver para a dor, garante este médico, dono de uma carreira construída no serviço público, que deixou marca como defensor do parto natural quando ainda nem se tinha ouvido falar na humanização do parto em Portugal.
Professor catedrático e ex-responsável pelo serviço de Obstetrícia do Hospital Garcia da Orta, optou por dedicar toda a sua vida ao serviço público, porque acredita que «o serviço público existe para servir o público». Mas o trabalho de toda uma vida no serviço público obriga-o a reconhecer que nem tudo corre bem nos hospitais e que, «muitas vezes se faz a anestesia geral ou baixa por uma questão de facilidade do parto».
Na maior parte dos casos, quem acompanha o parto está mais preocupado «com o conforto da mãe, do que com o parto espontâneo», sublinha o obstetra, ciente de que por mais que a ciência médica tenha evoluído ao longo das últimas décadas ainda está longe de ter alcançado a perfeição.

NO REINO DA EPIDURAL
O tempo tem-se encarregado de ir provando à medicina que a Natureza é sábia e os excessos se pagam caro. Os partos que antes se preferiam assépticos e tecnológicos, são agora vistos como um caminho tortuoso, sobretudo quando recheado de intervenções desaconselhadas pela própria Organização Mundial da Saúde (ver caixa).
Foi o alívio da dor que levou a maioria das mulheres a trocar o parto no domicílio pelo parto hospitalar, que a partir dos anos 70 se tornou um procedimento normal em Portugal. Mas no momento em que as mulheres deixaram de confiar no seu corpo e passaram a confiar mais nos procedimentos médicos, as rotinas instalaram-se. Bastou um pequeno salto para que a epidural entrasse de armas e bagagens, como se fosse a melhor coisa do mundo.
Para muitas mulheres, é-o seguramente, até porque «há pessoas que suportam melhor a dor e outras que são mais fracas», como explica Manuel Meirinho. Apesar de defender que «o ideal é o parto espontâneo com contracções normais», este médico não recusa o mérito da epidural, desde que «devidamente acompanhada».
Já a doula Luísa Condeço, embora não seja defensora da epidural também não é contra. No seu entender, o que é fundamental «é perceber porque é que a mulher tem sensibilidade à dor», e na maior parte das vezes isso implica «escavar, e fazer um trabalho profundo», para o qual nem todas as mulheres estão preparadas.
Já no que toca à cesariana, ambos os profissionais recusam-na como um procedimento rotineiro, mas as evidências dos números portugueses confirmarem que esse é o caminho que o país tem vindo a traçar.
Cerca de 33 por cento dos partos realizados em Portugal são por cesariana, um número que o relatório Europeu de Saúde Perinatal de 2008 destacou como elevado e indicador de má prática clínica, e a que se junta ainda uma elevadíssima taxa de 80 por cento nas episiotomias.

O SEGREDO É O MEIO-TERMO
Olhando para o lado positivo dos números portugueses, nem tudo é mau. A mortalidade perinatal, que nos anos 60 era quase de 40 em cada mil partos, está abaixo dos 3,5/4 por mil. «Portugal está, neste momento, entre os dez países do mundo com mais baixa taxa de mortalidade infantil», lembra o ginecologista-obstetra João Dória Nóbrega, sublinhando que é um feito notável. Agora, o que é preciso é «andar atrás do factor evitável», acrescenta.
Para este especialista, o simples facto de estarmos «a questionar o que se perdeu» pelo caminho já é um verdadeiro «sinal de progresso». O segredo será «encontrar o meio-termo», o que na sua opinião passa sobretudo por uma mudança na forma como os hospitais encaram os partos.
«Os hospitais é que têm de mudar, de se adaptar às novas realidades», defende João Dória Nóbrega, explicando que um bom começo seria todos terem uma zona com «aspecto familiar e caseiro», onde «a mulher não se sinta num hospital» e possa «ter os parentes por perto», com a garantia e a segurança de estar «perto da zona técnica que pode dar apoio».
A parteira Glória Charrua vai um pouco mais longe do que o ginecologista-obstetra e reivindica que «devia haver, em Lisboa, uma casa de partos». A sua própria casa já serviu várias vezes como casa de apoio a partos, que pela força das circunstâncias acabaram por ter lugar lá. Por isso mesmo a parteira reconhece a importância de ter um lugar adequado para o efeito, fora do ambiente hospital e sem qualquer intervenção médica, mas, ainda assim, suficientemente perto de um hospital para quando for necessário apoio de emergência.
Entretanto, há outras mudanças a fazer, sobretudo nas mentalidades. «É preciso voltar a olhar para a morte e para o nascimento como os momentos mais profundos da vida», lembra a doula Luísa Condeço, para quem a grande revolução do parto terá de ser feita pelas próprias pessoas.
Se o parto antigamente era «um negócio de mulheres e só de mulheres», como lembra João Dória Nóbrega, nos dias de hoje tem sido um negócio de clínicas e hospitais. Agora, o que é preciso é que deixe de ser visto como um negócio e passe a ser o que sempre devia ter sido: um assunto de família.


PROCEDIMENTOS DESACONSELHADOS PELA OMS*O uso rotineiro de enema (clister), exame rectal e tricotomia (rapagem dos pêlos púbicos);
*O uso rotineiro da posição deitada durante o trabalho de parto e durante o parto;
*O uso excessivo ou rotineiro de episiotomia;
*Os esforços de puxo prolongados e dirigidos durante o período expulsivo (manobra de Valsalva);
*O uso abusivo de ocitocina artificial (colocada no soro).


CAMINHOS PARA UM PARTO MAIS NATURAL
* Elaborar um plano de nascimento, determinando onde, como e por quem será realizado o parto;
* Respeitar a escolha da mãe ou do casal sobre o local do parto, depois destes terem sido devidamente esclarecidos e informados;
* Oferecer à mulher ou ao casal todas as informações e explicações que estes necessitem ou desejem;
* Dar liberdade de posição e de movimentos durante o trabalho de parto;
* Facultar o contacto precoce, pele a pele, entre a mãe e o bebé logo após o parto, bem como o início da amamentação na primeira hora do pós-parto.

Fonte: Pais e Filhos

27 dezembro, 2010

A evolução do parto

O parto tem evoluído muito nos últimos anos, principalmente no sentido de maior segurança. Hoje em dia, continua a evoluir mas re-tomando uma nova dimensão: a consciência de que o parto não é apenas um acto clínico, mas sim o nascimento de uma nova vida. Representa um crescimento, uma transição psíquica e emocional profundíssima para a mulher, o primeiro encontro entre mãe e filho, e o surgir de de uma nova família. Isto significa que a mulher deve poder aceder à experiência de parto que para ela seja a mais gratificante, e neste sentido o parto natural salienta-se como o mais recomendado pela OMS em termos de bem-estar físico e emocional para mãe e bebé.


Uma entrevista com António Ferreira, enfermeiro obstetra do Hospital de Coimbra, um fantástico profissional e uma maravilhosa pessoa que tive já o enorme prazer de conhecer.

Michel Odent em Portugal - Entrevista no Entre Nós

Vale muuuuuuuuiiiiiiiiiitttttttttooooooooooo a pena ouvir este SENHOR!