03 abril, 2010

Vacinas...sim ou não!!????

Vacinar os meus filhos? Não, obrigado
por Joana Viana, Publicado em 03 de Abril de 2010 


Com medo dos efeitos secundários, há pais que optam por não imunizar os filhos. Os médicos alertam: algumas vacinas são imprescindíveis.
"Sempre soube que não queria vacinar os meus filhos e quando chegou a altura de a minha filha ir para a escola arranjei um atestado a dizer que ela era alérgica e que não podia ser vacinada", conta ao i Conceição Fernandes, professora, mãe de uma rapariga de 19 anos e de um rapaz de 10. Garante que não se arrepende de ter mentido. "Até porque existem casos desses, a minha cunhada é mesmo alérgica e nunca foi vacinada", reforça. "Os vírus e as bactérias fazem parte da composição do nosso corpo e acredito que são as escolhas que fazemos, por exemplo de alimentação, que levam a que os problemas apareçam ou não", defende. Com uma ressalva: "Não sou contra as vacinas, como não sou contra os medicamentos químicos. Em situações complicadas, e esgotando todas as alternativas, é claro que recorro à medicina alopática [nome com que designa a medicina não homeopática]."

Como Conceição, há outros pais e mães que, no início da gravidez, optam por não vacinar os seus bebés ou por imunizá-los anos mais tarde do que é proposto pelo Plano Nacional de Vacinação. De acordo com a Direcção-Geral da Saúde, no primeiro ano de vida, 97% das crianças têm a primeira fase de vacinação completa. Justifica os restantes 3% sobretudo com atrasos na imunização.

Procurar equilíbrios Quando os filhos de Conceição tiveram varicela ficaram em casa "a banhos de farinha maisena, que acalma a comichão", explica. Na sua casa não há wireless, porque "se existe internet por cabo, para quê trazer microondas para a nossa casa?". Faz tudo parte de uma filosofia de vida "harmónica em relação ao planeta" - filosofia que é partilhada pelo homeopata Francisco Patrício. "Esquecemo-nos constantemente disto, mas temos mais micróbios do que células nossas no corpo e é graças a eles que estamos vivos."

Quando era mais novo, via o pai, médico convencional, não conseguir curar alguns doentes. Em 1985, enquanto tirava o curso de Medicina, começou a interessar-se por medicinas alternativas. Hoje é director da Sociedade Homeopática de Portugal. Defende que "o ideal seria desenvolver vacinas homeopáticas, para erradicar os efeitos secundários das convencionais" - o mais controverso argumento da corrente antivacinação. Entre as reacções alérgicas temporárias e a febre, também ocorreram casos graves - esclerose múltipla em reacção à vacina da hepatite B - que são difíceis de provar. "É verdade que podem existir reacções adversas, mas é muito residual", defende o médico de família Amadeu Prado de Lacerda. Ainda assim, "o aparecimento das vacinas foi um grande salto no combate à mortalidade infantil e, em termos científicos, apresentam vantagens".

No mesmo sentido, Laura Tchampel sabia que tinha de vacinar o filho, hoje com seis anos. "Acho que o sistema imunitário deve ter o seu tempo para se formar, mas nunca poderia deixar o meu filho à mercê de doenças como a poliomielite." Contudo, casada com um alemão (a Alemanha é um dos países da UE onde a corrente antivacinação tem mais força), cedo começou a estudar os prós e contras da vacinação. A decisão: começar a vaciná-lo mais tarde, dando-lhe uma dose por ano e deixando algumas, como a da hepatite B, para mais tarde. "Achei que o Programa Nacional de Vacinação era brutal", diz, ainda sem saber se vai vaciná-lo contra o sarampo e a meningite.

O médico do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, Prado de Lacerda, não critica muitos dos argumentos destes pais, embora defenda que há "vacinas incontornáveis", como a da poliomielite, que devem ser administradas sem perguntas. "Foi graças às vacinas que se erradicou a varíola e que houve um recrudescimento da tuberculose. Quem nos dera até que houvesse uma vacina contra o paludismo para os países pobres!"

Admite, no entanto, que algumas sejam desnecessárias. "Quando era miúdo tive varicela, até soube bem não ter de ir à escola. Será necessário prevenir uma varicela ou um sarampo, doenças que até são benéficas e nos fortalecem?" O médico diz que, "se calhar, ainda vamos pagar caro este mundo de prevenção máxima". A melhor vacina de todas, avança, é "dar uma boa alimentação às crianças e ensinar-lhes cuidados básicos de saúde pública". 

2 comentários:

  1. Sónia Luciano traquinasmother7 de abril de 2010 às 23:30

    concordo a 100% com a ultima opinião..os meus traquinas estão vacinados..mas mais por "força" do sistema...mas desde há uns tempos para cá vejo no crescimentos dos meus pequenos que a medicina normal "entupe-os" de medicamentos, não lhes sendo permitido que o corpo ganhe defesas...
    estou a gostar imenso de conhecer o seu blog..não tenhos planos de voltar a engravidar..mas o "mundo" das Doulas chama-me imenso a atenção..e espero que seja uma opção futura no Sistema Nacional de Saude

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  2. Obrigada Sónia, pelas paravras de carinho.
    Sim, é uma verdade que cada vez mais temos de reflectir e equacionar que tipo de saúde temos de prestar aos nossos filhos...
    Todas juntas faremos a diferença no respeito pelo nascimento humanizado...
    Participe sempre que quiser....
    Beijos,
    Sónia

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